Chamarrita do Pico em Setúbal
A Chamarrita dos Açores é um dos raros bailes mandados que existem, ainda hoje, em Portugal. A ‘rainha das danças’ presidia às ‘folgas’, após mais um árduo dia de trabalho no campo. Com ela se inaugurava o soalho de uma nova casa. Havia mesmo jovens que fugiam pela janela para se juntar à roda, desafiando as proibições paternas. Entre ilhas, e mesmo de aldeia para aldeia, coexistem diferentes versões da coreografia. Normalmente acompanhada por instrumentos de corda, e por vezes também cantada.Nos séculos XVII e XVIII, com a migração de açorianos para a América do Sul, a Chamarrita criou raízes no território de que fazem hoje parte o Brasil, o Uruguai e a Argentina. Ou terá sido o contrário? A influência brasileira que a trouxe para as ilhas? Uma coisa é certa: é de tal forma viciante que em Entre Rios, na Argentina, lhe deram o nome de limpia bancos. Ninguém ficava (fica) sentado ao ouvir os primeiros toques da viola. Muitas vezes testemunhei (e fui cúmplice) desse fenómeno, que não poupa os bailadores de qualquer paragem, seja em Portugal, em Inglaterra ou mesmo em Moçambique.
Uma roda de Chamarrita – neste caso da ilha do Pico - será, sem dúvida, a forma perfeita de darmos as boas-vindas à Primavera. Vamos dar largas à alegria, experimentar diferentes instrumentos, e bailar muito pela tarde fora. A 31 de Março, em Setúbal, vai ter oportunidade de aprender os passos e os ‘mandos’, dos mais básicos aos mais requintados. E não vai resistir a entrar na roda. “Vamos embora!”
31 de Março, 17h-19h
Jardim do Bonfim, Setúbal
Organização:
Câmara Municipal de Setúbal
Mandadora:
Carla Gomes
Músicos:
Filipe Gomes
Nuno Carpinteiro
David Rodrigues
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